DN - (2de3 Dias) - "Mulheres Entram Mas São Poucas as que Ficam"

Domingo, 22 de Fevereiro de 2015
Mulheres entram mas são poucas as que ficam
Fotografia © Jorge Amaral/Globalimagens
Cavaleiras têm aparecido algumas, mas só quatro receberam a alternativa. Sónia Matias foi a primeira profissional. Mesmo assim, havia quem recusasse partilhar o cartel.
Sónia Matias festeja 15 anos de alternativa neste ano. Por uma diferença de 20 dias da companheira de lides Ana Batista, fica na história como a primeira mulher a profissionalizar-se no toureio a cavalo em Portugal. Sem apelido tauromáquico, ainda por cima uma menina de Lisboa, desbravou caminho num mundo de marialvas, houve até quem se tivesse recusado a partilhar cartel com elas. Muitas outras cavaleiras tentaram, embora apenas quatro tenham conseguido a alternativa. Mara Pimenta é agora a revelação, numa mão-cheia de aspirantes à profissão.



"Inicialmente, senti machismo da própria festa brava, quase ninguém acreditou que ia vingar. Era mulher e não pertencia ao meio, foi uma aprendizagem do princípio ao fim", lembra Sónia, hoje com 36 anos. Desde logo dois pecadilhos: ser mulher e outsider do mundo das dinastias de cavaleiros. Mas vingar na arena sem apelido parece ser característica das mulheres: Ana Batista (36 anos), Ana Rita (26) e Joana Andrade (27) são as outras profissionais que também não vêm de famílias com nome no toureio. O mesmo se aplica à mais jovem praticante, Mara Pimenta (19).

Os aficionados olhavam para a vontade de Sónia em seguir carreira como um capricho de adolescente, o mesmo pensaram de início os pais. Até porque a experiência que a filha tinha com cavalos resumia-se aos que "se alugavam na Costa de Caparica". Foi aí que começou a montar aos 6 anos, aos 10 já dizia que queria ser toureira. Aos 12 entrou em festivais.


Texto: DN - Diário de Noticias Por: Céu Neves

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